Apaixonados por desafios, estudantes da rede estadual colecionam medalhas em olimpíadas de conhecimento
Com o incentivo de professores e familiares, eles esbanjam dedicação para encarar desafios nas áreas de matemática e ciências da natureza
Eles são jovens, focados e protagonistas de uma façanha que muitos consideram improvável, acumulando diversas medalhas em olimpíadas de conhecimento nas áreas de matemática e ciências da natureza. Estudantes da rede estadual, Cláudia Soares, Mariana Lins e Cláudio Matheus mostram que suas conquistas são fruto de muito foco e dedicação. Com o apoio dos professores e familiares, eles demonstram que é possível, sim, assimilar integralmente o conteúdo de quaisquer disciplinas de forma leve, divertida e instigante.
Mariana, 13 anos, é aluna do 8º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Fernandes Lima, de Maceió. Apesar da pouca idade, já pode ser considerada uma veterana em olimpíadas de conhecimento. Nos últimos dois anos, ela conquistou ouro e prata na edição 2021 da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e da Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG); prata na edição 2021 da Olimpíada Brasileira de Raciocínio Lógico (OBRL); prata na edição 2022 da Olimpíada Nacional de Ciências (ONC); e prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), também este ano.
“Quero participar de todas as olimpíadas possíveis. Eu me divirto bastante estudando para elas porque gosto de aprender coisas novas. Para cada uma delas, eu me preparo assistindo aulas, documentários, fazendo provas anteriores. As medalhas são muito importantes para mim, pois representam meu esforço. Mas o aprendizado e as portas que elas me abrirão são ainda mais”, conta Mariana.
Sua inspiração para gostar de olimpíadas vem de casa: sua irmã, Mayara, também conquistou medalhas para a Fernandes Lima, colecionando um ouro na OBA 2020 e na ONC 2021, além de uma prata na MOBFOG 2021 e na OBMEP 2021. E, além da irmã, outro incentivador do seu talento é o seu professor, Geraldo Ferreira. Acompanhando-a desde o 6º ano, ele testemunhou sua evolução e aponta os benefícios que a participação em olimpíadas traz para os estudantes.
“É notório que o aprendizado e o interesse pelos estudos aumentam, porque eles se esforçam, pesquisam. Além disso, quando você é medalhista de olimpíadas como a OBA e a OBMEP, você também consegue bolsas de estudos. E as medalhas abrem portas para você entrar em algumas das melhores universidades do país sem precisar fazer vestibular, a exemplo da Unicamp e da Fuvest”, pontua Geraldo.
Diretora da Fernandes Lima, Michelle Lins diz que o exemplo de Mariana estimula outros alunos a estudarem mais. “Desde que cheguei aqui, a escola já tinha essa cultura de olimpíadas de conhecimento e, a cada ano, os resultados têm sido ainda melhores. Exemplos como o da Mariana são gratificantes. Ela é um combustível para nós, professores, porque nos mostra que estamos no caminho certo enquanto escola”, afirma.
Irmãos olímpicos
Já em Arapiraca, os irmãos Cláudio Matheus e Cláudia Manuelly Soares têm mais em comum do que a genética e os sobrenomes. Alunos do Colégio Tiradentes da Polícia Militar de Arapiraca (CPM Agreste), ambos são apaixonados por olimpíadas de conhecimento e têm uma coleção de medalhas invejável.
Estudante da 2ª série do ensino médio, Cláudio já conquistou 3 ouros e uma prata na OBA; um bronze e um ouro na ONC; um ouro na Olimpíada Canguru de Matemática; ouro na Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP); bronze na OBMEP, na Olimpíada Brasileira de Química Jr (OBQ jr), na Olimpíada Alagoana de Matemática (OAM) e na Vitalis – olimpíada voltada para estudantes que desejam cursar Medicina.
A coleção de medalhas da irmã, que cursa o 8º ano do ensino médio, é igualmente impressionante: prata na OBA; bronze na OAM; prata e ouro na ONC; e prata na OBMEP. Apaixonada por xadrez, ela ainda conquistou duas pratas no Alagoano de Xadrez e na Copa Monteiro Lobato.
“A partir da medalha da Canguru, meu interesse por olimpíadas só cresceu. Na escola, também temos o incentivo e o reconhecimento de todos. Fora isso, muitas universidades ofertam vagas para estudantes com histórico de medalhista”, fala Cláudio.
Inspirada pelo sucesso do irmão, Cláudia também destaca o apoio do CPM Agreste e, em especial, dos professores Messias e Thierry, já projetando novas conquistas. “As olimpíadas são uma oportunidade de se aprimorar o conhecimento e de alcançar os nossos objetivos, abrindo portas para o futuro”, atesta a jovem competidora.
Maior incentivadora do talento dos filhos, a professora Mércia Cristiane Soares revela que os garotos herdaram o interesse pelas ciências exatas do pai e que ambos sempre estimularam os filhos nos estudos, mostrando os ganhos que eles terão no futuro. “Sempre colocamos os estudos como prioridade na vida deles, pois sabemos como isso é importante para o futuro de ambos. Eles têm um ensino de qualidade no CPM, onde vêm aproveitando todas as oportunidades que a rede pública oferece”, observa Mércia, que é diretora de uma escola da rede municipal de Arapiraca.
As conquistas dos irmãos também orgulham o Colégio Tiradentes, que cultiva uma cultura de participação de seus estudantes nas olimpíadas de conhecimento, com resultados positivos em todas as competições das quais participam. “É gratificante ver as conquistas de nossos alunos. Afinal, elas refletem tamanha dedicação, assim como o empenho dos nossos professores”, frisa a subdiretora, Major Nirley Barros. “Nossos alunos se destacam em várias olimpíadas, e as constantes medalhas que eles têm conquistado são fruto do engajamento dos estudantes e professores nesta cultura de olimpíadas de conhecimento”, complementa a diretora pedagógica, Tatiana Lessa.
Todos ganham
Para o superintendente de Ensino Médio da Seduc, Ricardo Lisboa, a participação dos estudantes da rede estadual traz benefícios não só para os alunos, mas também para os professores. “Nos últimos anos, Alagoas têm se destacado e se superado nas olimpíadas de conhecimento. Na rede estadual, isso é consequência do empenho de nossos professores e estudantes, bem como de uma série de ações que incluem formações, projetos de programação e robótica, além da nossa parceria com a Universidade Federal de Alagoas e de iniciativas como o Professor Mentor, que se somam a projetos que temos junto à Fapeal para engajarmos cada vez mais as escolas nestas competições”, avalia Lisboa.
Por SEDUC
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